terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ILHAS GALÁPAGOS - FINAL

OS BICHOS

"É impossível que não exista uma ilha desconhecida"
José Saramago


Muita gente disse, ao ver algumas das fotos que mostrei, “que paraíso!”, “ilhas paradisíacas”, coisas assim. Mas Galápagos, exceto em algumas prainhas realmente paradisíacas, não seria por mim colocada na prateleira das ilhas paradisíacas. Acho que essa definição combina mais com ilhas de praias imensas e branquinhas, mar verdinho, tudo só pra você. E eu coloco Galápagos em uma outra prateleira, para a qual ainda não dei um nome.  Eu coloco Galápagos na mesma prateleira da Patagônia: aqueles lugares que te tiram da sua pele e te jogam em uma outra dimensão, no melhor estilo A História sem Fim.

E tem os bichos. Os bichos são tudo, a alma das ilhas e razão de tudo ali. Isso dá pra sentir, independente de muita pesquisa prévia ou qualquer preparação mais detalhada para o destino. É como entrar em um documentário. É como entrar magicamente na enciclopédia Os Bichos do meu pai. A sensação é de estranhamento com todos aqueles animais tão próximos, e tantos. É inevitável o choque de estar ali e lembrar de nossas cidades cheias de prédios e carros. E, com o tempo, a gente começa a achar que aquilo ali até que pode ser mesmo uma coisa... normal. E olha que nem participei da vida submarina, que meus colegas sempre descreviam com muito entusiasmo, apesar da falta dos tubarões...

Na última reunião, o guia faz uma lista dos animais que vimos ao longo da viagem. Alguns foram vistos durante o snorkeling, e de outros eu não tirei fotos... Vamos ao que temos!


As espécies de animais que vimos durante os 8 dias.

Marreca-toicinho (Anas Bahamensis), Bahamas Pintail Duck. Ilha Santa Cruz.

Pelicano-pardo (Pelecanus occidentalis), Brown Pelican. Ilha Santa Cruz.

Aratu-vermelho (Grapsus grapsus), Sally Lighfoot Crab. Ilha Santiago.

Tentilhão de Darwin, Darwin's Finch. Ilha Genovesa.

Flamingo (Phoenicopterus roseus), Greater Flamingo. Ilha Isabela.


Cormorão-das-galápagos (Phalacrocorax harrisi), Flightless Comorant ou Galapagos Cormorant. É o único cormorão que perdeu a capacidade de voar, devido à falta de predadores. Espécie endêmica - só tem aqui! Ilha Fernandina.

Falcão-das-galápagos (Buteo galapagoensis), Galapagos Hawk. Endêmico, tem que vir aqui pra ver! Ilha Santiago.

Gafanhoto (Schistocerca melanocera), Galapagos Painted Locust. Endêmico, só vindo aqui pra ver focado!! Ilha Santiago.

Iguana-terrestre-das-galápagos (Conolophus subcristatus), Land Iguana. Endêmica, então, já sabe... Ilha Isabela.

Tartaruga-gigante-das-galápagos (Chelonoidis nigra), Land Tortoise. Endêmica....... Escolhi essa foto porque, apesar de não ser ainda gigante, essa tartaruga estava na soltinha, na beira do caminho - e é bastante tímida. Ilha Isabela.

Atobá-de-nazca (Sula granti), Nazca Booby. Ilha Genovesa.


Uma plantinha endêmica, pra variar: Cactus-de-lava (Brachycereus nesioticus), Lava Cactus. Ilha Bartolomé.

Arraias, Rays. Ilha Fernandina.

Atobá-de-pé-vermelho (Sula sula), Red Foted Booby. Ilha Genovesa.

Leão-marinho (Zalophus wollebaeki), Sea Lion. Praia Mosquera.

Tartaruga marinha, Sea Turtle. Ilha Isabela.


Coruja-dos-banhados (Asio flammeus galapagoensis), Short-eared Owl. Ilha Genovesa.

Gaivota-de-cauda-bifurcada (Creagrus furcatus), Swallow Tailed Gull. Ilha Genovesa.

Papa-moscas vermelho (Pyrocephalus rubinus), Vermilion Flycatcher. Ilha Isabela.

Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), Bottlenose Dolphin. Ilha Isabela.


Atobá-de-pé-azul (Sula nebouxii), Blue Footed Booby. Baía Elizabeth.

Iguana-marinha (Amblyrhynchus cristatus), Marine Iguana. É o único lagarto no mundo adaptado ao mar. Endêmico, vale a pena vir aqui só pra ver milhares delas!! Ilha Fernandina.

Cactus Opuntia. Ilha Rábida.

Savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea), Yellow Crowned Night Heron. Ilha Genovesa.

Pinguim-das-galápagos (Spheniscus mendiculus), Galapagos Penguin. Endêmico, só tem aqui. Única espécie de pinguim que vive naturalmente junto da linha do equador. Ilha Isabela.

Lagartixa-de-lava, Lava lizard. Endêmico. Ilha Rábida.

Ostraceiro pirupiru (Haematopus palliatus), American Oystercatcher. Ilha Santiago.

Tesourão, Frigatebird. Ilha Santa Cruz.


DIRETO AO PONTO


 
- As companhias aéreas que levam a Galápagos são AeroGal, Lan e Tame. Os voos saem de Quito (via Guayaquil) ou Guayaquil direto. Eu comprei meu bilhete pela Decolar.com. Os bilhetes custam em torno de $400 a $500 dólares. Dessa forma, ir a Galápagos pode ser considerado férias dentro das férias...                  

- Dizem que não existe época certa para visitar Galápagos. Mas, estando lá, ouvimos que não é bem assim. Os melhores meses são maio, junho e julho, pela fauna mais exuberante, devido ao período de acasalamento de várias espécies. Fevereiro e março são considerados quase insuportavelmente quentes. Dezembro/ janeiro é uma época de menor exuberância.
Eu fui em novembro, o tempo esteve em muitos dias nublado, mas somente uma manhã de chuva. Vimos muito animais, mas poucas tartarugas-gigantes soltas, somente uma iguana-terrestre, nenhum tubarão-martelo ou baleias. Também não vimos a dança de acasalamento do atobá-de-pé-azul, os tesourões (fragatas) estavam com os papos desinflados (inflam durante o acasalamento) e as iguanas-marinhas não estavam coloridas. Ainda assim, foi impressionante. Mas, não dá para negar que quando o sol brilhava o mar se acendia, as cores vivas. E fizemos uma caminhada sob sol a pino, que foi bem penosa, então imagino o que seja caminhar na estação quente... Entretanto, a imensa maioria dos turistas é europeia e americana, e a época de alta temporada nas ilhas coincide com seu período de férias, não exatamente com o calendário da natureza.

- Existem duas taxas a serem pagas para admissão no arquipélago: o Cartão de Controle de Trânsito-Turista (INGALA), de $10 (dez dólares) e o Cartão de Controle de Visitantes do Parque Nacional de Galápagos, de $50 (cinquenta dólares) para turistas do Mercosul e Comunidade Andina. Veja informações em português aqui.   

- Há wi-fi liberado no aeroporto de Baltra, mas não consegui fazê-lo funcionar - talvez por excesso de acessos?

- Remédio contra enjoo são absolutamente necessários. Felizmente, eu não senti nadica de nada, mas a maioria dos colegas se virou do avesso. Foi o item mais comprado em nossa parada em Puerto Villamil, seguido pelas bebidas.

- Levar algo pra se distrair durante as muitas horas que passamos navegando, ou as longas noites. Muitos levaram livros, tablets, iPods. Outros jogavam baralho. Alguns passavam algumas horas no deck, observando as estrelas até serem enxotados para as cabines pelo vento frio. Aqueles que passaram mal, ou passavam o tempo passando mal ou se entupiam de remédio pra enjoo, que dão sonolência, e capotavam. Outros simplesmente se recolhiam nas cabines. Outros batiam papo.

- É bom trazer pro barco algum lanchinho, como biscoitos ou chocolates. Os lanches oferecidos entre as refeições são bem leves, uma jarra de suco e alguns biscoitos ou salgadinhos. Mas como é muita gente, dá somente pra disfarçar a fome.

- Em nosso penúltimo dia, chegamos do passeio e encontramos dois envelopes sobre nossas camas, para as gorjetas: um para a tripulação e outro para o guia. Gorjetas são importantíssimas aqui. Há nas cabines um quadro de sugestão de gorjetas, 10% sobre o valor pago pelo passeio, por pessoa. Mas em nosso grupo havia uma família de 4 pessoas, e ouvi dizer que o pai já havia falado que não rolaria uma gorjeta desse tamanho, que significaria um valor bem alto. Outros colegas também ficaram em menos que 10%. Então, cabe o bom senso, levando-se essa sugestão em conta. Minha contribuição ficou inferior a 10%. O envelope da tripulação é depositado em uma caixa que fica no refeitório; o envelope do guia é entregue em mãos. Uma colega reparou que os envelopes da tripulação vieram discretamente marcados, e ela concluiu que eles fazem isso pra saberem quem deu o que. Não houve despedida oficial da tripulação então, qualquer agradecimento pode ser feito por escrito e entregue no mesmo envelope, bem como sugestões. Isso não é sugerido, mas alguns colegas fizeram assim. Já do guia a gente se despede e pode agradecer cara a cara.

ROUPAS - O QUE LEVAR

Eu me perguntei várias vezes o que levar, então segue uma listinha de coisas que achei imprescindíveis:

- Uns 2 shorts de material de fácil secagem, nada de brim ou tecidos grossos – a menos que a pessoa não se importe de vestir roupas úmidas - como eu tive de vestir...

- Uma calça de material de secagem rápida, pois às vezes o vento é frio e não rola usar shorts;

- Umas 2 camisetas de manga comprida, exatamente pra proteger do vento frio – levei apenas uma e me fez falta uma segunda;

- Levar uma blusa de frio mais encorpada, porque à noite o vento é forte e, pra aguentar ficar nas espreguiçadeiras admirando o céu, tem que estar agasalhado;

- Dentro do barco não é permitido andar de tênis ou sapato, somente chinelo (por causa da areia), portanto, um chinelo é fundamental;

- Acredito que uma papete seja o melhor para todos os terrenos, pois fica firme no pé e pode molhar e secar rápido. Eu levei chinelo (que pode sumir em algum desembarque molhado, por causa das ondas) e tênis. Então, molhei os pés no tal desembarque molhado e tive imediatamente que calçar meias e o tênis para a caminhada nos campos de lava.... terrível experiência, calçar meias em pés molhados e sujos de areia...

- Caso a pessoa faça snorkeling, seria bacana levar o próprio equipamento, assim a pessoa põe na boca um equipamento cuja procedência ela conhece (não que isso impeça alguém de usar o equipamento oferecido no barco. Essas coisas de fungos, frieira, e outras ensinadas por nossas mães, viram tudo lenda a bordo) e ainda economiza um dinheiro. Alguns passageiros levam o seu.
O aluguel do equipamento a bordo fica em $30 (trinta dólares) e o aluguel da roupa (wetsuit) custa outros $30 (trinta dólares), oferecidos e acertados praticamente na hora que somos admitidos no barco.

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Veja um texto super divertido do casseta Hélio de la Peña sobre Galápagos, Iguana que eu gosto, na Revista Viagem e Turismo – qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência!


por C. Oliveira

 
Veja mais:


QUITO – Centro Histórico

VULCÃO COTOPAXI - Pescoço da Lua

ILHAS GALÁPAGOS

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE II

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE III 

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE IV

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ILHAS GALÁPAGOS – PARTE IV

AS ILHAS

“Tens com certeza um mester, um ofício, uma profissão, como agora se diz, Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver,
Não o sabes, Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
José Saramago


Com a mudança em 2011 do sistema de visitação nas ilhas (uma semana no norte, outra semana no sul), o próprio guia nos explicou que algumas atividades menos interessantes foram inseridas nos roteiros, como forma de preencher os buracos. Antes disso, em uma semana se fazia a vista das ilhas mais exuberantes.
Essa questão foi detalhadamente explicada pelo guia, que parecia sentido por ter de fazer algumas caminhadas para somente observarmos paisagens, quando “quente” no local são os bichos.
Mas tudo pelo bem da conservação de Galápagos.
As visitas são previamente agendadas com os demais barcos que estão visitando uma mesma ilha. Assim, às 14h a gente saia pra um passeio e já encontrava um grupo deixando o local e, quando estávamos saindo, encontrávamos outro grupo chegando. Dessa forma a gente sempre tinha tranquilidade pra observar as coisas, ouvir o guia e tirar as fotos. As vezes, tínhamos mais sorte que outro grupo, como o dia em que a coruja pousou na árvore bem à nossa frente, quando chegamos em Prince Philip’s Steps. O mesmo aconteceu com o gavião. Por outro lado, o grupo anterior comentou de passagem que haviam visto mais iguanas terrestres do que nós vimos: claramente, vimos somente uma, tendo percebido mais umas duas debaixo dos arbustos.
O guia também falou várias vezes que eles, guias, não podem fazer absolutamente nada em relação ao aparecimento ou não de bichos. Parece óbvio mas, segundo ele, alguns passageiros costumam reclamar quando não avistam os animais prometidos para determinada ilha, e acabam ficando descontentes com o guia. “É a natureza”, ele se desculpava. A gente percebe uma evidente satisfação no guia ao avistarmos muitos bichos e espécies tidas como mais difíceis. Por exemplo, na descida do Vulcão Sierra Negra, estávamos eu, o guia e mais uma colega bem pra trás dos demais, e, de repente, pousou num galho à nossa frente o passarinho mais vermelho que já vi. Era exatamente o pássaro que ele havia comentado na van, a caminho do vulcão.
Nos é solicitado manter certa distância dos animais e não é permitido em hipótese alguma tocar os bichos, por mais próximos que eles possam chegar de nós – e alguns chegam. Nem mesmo o guia é autorizado ou já chegou a tocar os animais, como podemos supor. Somente os “rangers”, guardas especializados em manter o controle da fauna e flora da região, tem autorização para tal.
Somos instruídos a nos manter estritamente dentro da trilha demarcada, que muitas vezes passa ao lado de ninhos de tartarugas-marinhas, por exemplo. Olhar pro chão é sempre uma boa, pois algum bicho pode estar ali e a gente nem ver. É bom também prestar atenção nas conchas que se pegam para observação na praia – minha colega pegou uma e, quando viu, tinha um bicho lá dentro. Não é permitido catar pedras ou conchas das praias, para trazer como souvenir. Se o guia vir, ele pedirá para devolvermos. E se os guardas no aeroporto virem, pode chegar a resultar em multa de uns $500 (quinhentos dólares).

A proximidade do atobá. Aliás, ele ficou bem curioso de saber o que diabos eu estava fazendo...
Ilha Genovesa, Baía Darwin
As setas indicam os caminhos que devemos seguir. Aqui, a coruja nos acompanhou por certo tempo.
Lá atrás, um nazca. Ilha Genovesa, Prince William's Steps
O buraco na areia é um ninho de tartaruga marinha e os rasros, rastros de tartaruga. Isso está bem à beira da trilha, por isso, todo cuidado é pouco. Ilha Isabela, Baía Urbina.
Uma das caminhadas para ver paisagem. Ilha Rábida.

Dia 1 –   ILHA SANTA CRUZ – Praia Las Bachas

Chegamos, nos instalamos, almoçamos navegamos e desembarcamos nessa praia, que fica na Ilha Santa Cruz. O sol estava a pino e as cores ficaram vivíssimas. Foi uma visão do paraíso – e a gente pensa, putz, tem gente que chama isso de trabalho! :-) Tivemos uma introdução a Galápagos, algumas advertências e vimos alguns bichos, mas tudo foi bem light, como um preâmbulo.
Voltando ao barco tivemos nossa apresentação oficial.
À noite, partimos para 10h de navegação até Genovesa. Foi a noite das primeiras estrelas, enjoos e ajustes - banho em movimento, sono entrecortado pelo barulho do motor a toda, e, finalmente, o melhor despertador: o baixar da âncora ao chegarmos lá.



Dia 2 –   ILHA GENOVESA              
                Baía Darwin
                Escadaria do Príncipe Philip/ Prince Philip’s Steps

Genovesa é o paraíso dos pássaros. Ao desembarcarmos na Baía Darwin, a gente se impressiona com a quantidade de pássaros voando, ninhos, variedades. É a primeira vez que temos contato com o que Galápagos tem a oferecer, o famoso laboratório natural de evolução. Fazemos uma caminhada de mais de 1h por entre pássaros e alguns leões-marinhos. Os atobás-de-nazca (Nazca booby, em inglês), o atobá-de-pé-vermelho (Red-footed-booby), a pomba-de-galapagos (Galapagos dove), os tentilhões-de-darwin (Darwin’s finches), a gaivota-de-cauda-bifurcada (Swallow Tailed gull) e outros muitos, de todas as idades.
Depois da caminhada, um tempo para snorkel.
Volta ao barco, almoço, sesta.
Caminhada em Escadaria do Príncipe Philip. Ao subirmos os degraus de pedra, fomos recebidos pela coruja-dos-banhados (Short eared owl). Foi uma comoção! Caminhamos por muitos ninhos, os nazca em dança de acasalamento, mamães e filhotes, mamães e ovos – é muito bicho.



Dia 3 -    ILHA BARTOLOMÉ
                ILHA SANTIAGO – Baía Sullivan

Mais uma navegação noturna, outras 10h, mas dessa vez foi mais fácil dormir, mesmo com o barulho do motor. A gente se acostuma a tudo, ainda mais que o ruído era constante.

Ao abrir a cortina de manhã, lá estava a Rocha Pináculo. Pena que o tempo esteve nublado.
Saímos para uma caminhada e uma subida feita em degraus até chegarmos ao topo, para a vista mais fotografada de Galápagos – 10 entre 10 matérias sobre o arquipélago são ilustradas com essa vista de Bartolomé. Durante a visita, o falcão-das-galapagos vem ver o que está acontecendo.


À tarde, fomos para a Baía Sullivan, um imenso campo de lava formado pelas erupções vulcânicas. Um buraco no meio da lava faz a alegria do pessoal! E, mais uma vez, o falcão-de-galapagos dá o ar da graça.
Depois da caminhada e de aprendermos tudo sobre os campos de lava, tempo pra snorkel ou praia. Fui de praia.

O falcão está nas pedras, no canto direito da foto, posando.


Dia 4 -    ILHA ISABELA – Puerto Villamil
                Vulcão Sierra Negra
                Centro de Crianza “Arnaldo Tupiza”
                Beto’s Bar – wi-fi  

Mais uma longa navegação noturna até chegarmos na Ilha Isabela. O plano é contornar a ilha, mas hoje vamos à cidade, para compra de bebidas e lanchinhos pra festa à bordo, que acontecerá na noite seguinte.
Temos de pagar $5 (cinco dólares) para termos acesso à ilha. Pegamos uma van que nos leva até as lojinhas da cidadezinha, Puerto Villamil, de mais ou menos 2mil habitantes. Lembra as cidadezinhas do litoral capixaba. Depois das compras, e debaixo de chuva (devidamente vestidos de capas de chuva), vamos subindo até o ponto inicial da caminhada do Vulcão Sierra Negra, de uns 1.800m de altura. Depois do Cotopaxi, isso é fichinha.
Está chovendo e as nuvens não nos permitem ver nada da cratera do vulcão, objetivo da caminhada. Chegando ao ponto máximo, sentamos e o guia divide uma Coca-cola conosco. E o passeio, infelizmente, fica nisso. Nem deu pra tirar fotos...
Ao descer, vimos o papa-moscas vermelho (Vermilion flycatcher) pousar em um galho bem à nossa frente!
Voltamos ao barco para o almoço.

Os leões-marinhos fazem um espetáculo em nossa chegada à Puerto Villamil.

De volta à terra (NÃO é preciso pagar taxa novamente), vamos até o centro de criação de tartarugas terrestres Arnaldo Tupiza, onde as tartarugas são criadas e posteriormente restituídas ao ambiente natural. Segundo alguns colegas que visitaram a Fundação Charles Darwin na Ilha de Santa Cruz, esse centro é bem mais interessante de visitar. São vários tanques com tartaruguinhas de várias idades, a maioria descansando preguiçosamente, o que rende poses deliciosas!
Ali ouvimos muito do que se pode ouvir sobre as tartarugas terrestres em Galápagos, conhecemos a manzanilla, a maça venenosa pra humanos, mas perfeita para as tartarugas e vimos o berçário, onde nos mostraram as diversas fases da gestação de uma tartaruga e, finalmente, um bebêzinho de dois dias.
No centro também há uma pequena exposição sobre as tartarugas e tem uma lojinha, mas muito simplezinha, sem nada muito legal.

"Comparada à vida das tartarugas, a vida humana é curta.
Portanto, nunca viveremos para ver esses bebês se tornarem gigantes"


Saindo dali, fomos até o Beto’s Bar, um local super legal pra uma bebida e.... se conectar! Foi a única vez nesses 8 dias que conseguimos contato com o mundo exterior. Não posso afirmar se há sinal de celular não durante o percurso porque não estava com chip local. Oportunidade de wi-fi tivemos somente nessa parada em Puerto Villamil e inclusive outros passageiros comentaram o quão boa foi essa desconexão com o mundo. Portanto, pelo visto não tivemos ninguém tentando fazer o celular funcionar.
O bar fica à beira mar, então deu pra fazer uma caminhada pela praia e pelo centrinho do vilarejo. Fomos até uma igreja, que imagino seja de São Francisco de Assis, por causa da estátua do santo logo na entrada, e, mesmo depois das riquezas de Quito, vi o altar mais lindo da minha vida!


Depois, foi nos encontrar na pracinha para voltarmos pras docas e pro barco.



Dia 5 -    ILHA ISABELA
                Baía Elizabeth
                Baía Urbina
                Festa a bordo

Navegamos novamente durante a noite até o outro lado da ilha e ancoramos na Baía Elizabeth. O dia estava maravilhoso! Logo ao levantar, já a paisagem era animadora: o mar e os pássaros pescando.


Saímos para uma volta de bote.
Uma das primeiras coisas que vimos, foi o Vulcão Sierra Negra, totalmente descoberto, ao longe... Bem, não se pode ganhar todas, não é o que dizem? Mas o importante é o agora.


Vimos pássaros pescando, nosso primeiro pinguim-de-galápagos e colônias de atobás-de-pé-azul nas rochas.


E fomos em direção a uma área de manguezais, em busca das tartarugas marinhas. Ao entrar nos manguezais, desliga-se o motor dos botes e reina o silêncio, para não espantar os animais. O guia senta na frente do bote e vai remando. E, a cada animal, uma emoção!


Em cada um desses passeios, recebemos uma enorme quantidade de informações sobre os animais, sobre as ilhas, a geografia, etc etc etc... Nem vemos a hora passar e já estamos novamente a caminho do barco.
Chegando a bordo, navegamos ilha acima até a Baía Urbina. No caminho, somos acompanhados por alegres golfinhos!!


Almoço, sesta e uma caminhada sob um sol escaldante, em busca de tartarugas terrestres em seu habitat natural. Aqui também é o local para se ver as iguanas terrestres de Galápagos. Vimos uma tartaruguinha bem na trilha, outras sob as árvores, mas somente uma iguana terrestre...
Houve um tempo para snorkel e voltamos a bordo.


Outra navegação até Tagus Cove, onde ancoramos para passar a noite.
Ancorados, começamos a nossa festinha a bordo meio sem graça, os passageiros se juntaram em uma brincadeira sugerida pelo americano, o pessoal começou a beber. O pessoal da tripulação ficou no refeitório ou em suas cabines, vendo Tv ou jogando cartas. Até que decidiram subir e ligar uma música latina horrível, mas dançável, e a festa começou propriamente. Eu não fiquei muito na festa, fui logo dormir, mas as últimas gargalhadas que ouvi, fiz questão de olhar no relógio, foram às 04h! Portanto, não posso relatar com propriedade como é uma festa a bordo... mas, posso dizer que fofocas chegaram aos meus ouvidos... ;-) Isso parece ser universal.


Dia 6 -    ILHA ISABELA – Tagus Cove/ Caleta Tagus
   ILHA FERNANDINA – Punta Espinoza

Eu acordei ótima, pronta pras atividades, mas o guia teve de pular no mar umas 3 vezes pra poder acordar e estar de pé pra nos levar pra caminhada matinal. Outros passageiros saíram de suas cabines como se estivessem saindo da cova. Nada como a equação boa bebedeira + poucas horas de sono para derrubar as criaturas!

Tagus Cove é realmente uma caminhada mais sem graça, onde vemos um lago bonito e subimos em algumas rochas para uma visão mais panorâmica. Depois da caminhada, tempo pra snokel a partir do bote. A água estava ge-la-da, o que causou alguma hesitação. 
Eu fiquei no bote, assistindo o leão-marinho brincar com o pessoal. 

 
 
 
 
 

De tarde fomos pra Punta Espinoza, na Ilha Fernandina. Lá é a terra das iguanas marinhas, milhares delas, por toda parte.
E novo tempo para snorkel a partir do bote. E curtir a paisagem... 

 
 
 
 
 
 
 
 
O cormorão-das-galápagos, ave que perdeu a habilidade de voar por falta de predadores.
 
 
 
Um cardume de arraias (cardume??)


Dia 7 -    ILHA SANTIAGO – Praia Espumilla 

Essa manhã o pessoal saiu cedíssimo (06h30) para um snorkel. Eu fiquei no barco, dormindo.

               ILHA RÁBIDA 


Navegamos até a Ilha Rábida.


A ilha possui uma areia vermelha.

Foi mais uma caminhada para vermos a paisagem e depois tempo para snorkel ou praia. Fui de praia.

 
 
 
 
 
A pesca dos atobás-de-pé-azul
Opa!
Quem vem lá?
É esse menino, que vem...
...e que passa, a caminho do mar...
 
 

               
Dia 8 -    PRAIA MOSQUERA
                Desembarque e partida


Acordamos bem mais cedo, 06h! São nossas últimas horas em Galápagos e temos de aproveitar ao máximo! Vamos desembarcar na Praia Mosquera, local de centenas de leões-marinhos.

Vimos o nascer do sol da ilhota, conforme o programa. ;-)
É uma caminhada deliciosa pela praia, como todos aqueles bichos. Nem penso que daqui a pouco, estarei no avião, partindo. A vida é aqui e agora. 


Nascer do sol

Um leão-marinho macho perigosamente perto do pessoal desembarcando...
 
 
 
 
 
Os leões-marinhos não adotam. O bebê da foto, voltando do banho de mar, vai em busca da mãe. Nesse caso, ele foi repelido pela fêmea, e se afasta. Caso não encontre a mamãe, é morte certa...
 
 
 

Tudo que começa, um dia acaba.
A gente volta pro barco e vai terminar de organizar as malas, entregar a gorjeta do pessoal, se sente meio perdido. Meu voo é o mais cedo de todos, partirá às 10h, e sou instruída a sair no primeiro bote, pegar o primeiro ônibus até o aeroporto e fazer o check-in. Os demais se encontrarão todos no aeroporto, mas não precisam correr tanto.
Na verdade, nem eu precisei correr. Entrei no bote com mais alguns passageiros, desembarcamos nas docas, nos juntamos no ponto do ônibus, com mais pessoas de outros barcos, e tomamos o primeiro ônibus. Dá tranquilo para fazer o check-in e ainda sobra tempo. Fazemos a tradicional troca de emails e nos despedimos, cientes de que nunca mais veremos a maioria dos que ali estão. Isso dá certa tristeza. Mas tem sempre aqueles com quem a gente se afiniza mais, e esses a gente se promete não sumir.

O guia me fala que vai esperar eu passar pelo procedimento de embarque para ver se terei algum problema com minhas pedrinhas do Cotopaxi. O problema é minhas pedrinhas serem tomadas como pedras de Galápagos e eu ser barrada. O guia diz que já conversou com a funcionária, mas mesmo assim, fica lá na porta, esperando. Então trato jeito de entrar, pra libera-lo. Seguindo o conselho do guia, mantive minhas pedrinhas na mala de mão, o que facilitaria a inspeção, e não dá outra, o rapaz me pergunta do que se trata, abre, olha, falta cheirar. Mas se convence de que não são pedra locais e eu sou liberada. Sinal de “ok” pro guia lá no portão – agora ele já pode ir aguardar a nova leva de passageiros que chega no AeroGal das 10h... e o ciclo, pelo menos pra ele, começará todo outra vez....

Quanto a mim. Bem, eu sento para esperar o embarque, sentindo um forte incômodo chamado de land sickness, mal da terra, que é sentir o movimento do barco no corpo, como se estivéssemos a bordo. E me dá uma vontade louca de chorar, eu não quero ir embora. Mas tenho que ir embora – horrível.

E embarco, com uma ponta de inveja daqueles que chegam no avião das 10h, olhos arregalados e fotografando sua entrada oficial nas ilhas.

 
 
por C. Maria
 
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