domingo, 3 de março de 2013

FORT LAUDERDALE

Para finalizar o relato das férias/2012, falo que estive em Fort Lauderdale, mas pouco tenho a contribuir sobre a cidade, uma vez que somente fiz pequenos passeios a pé perto do hostel e fui à praia. Nem na avenida principal da cidade eu andei. Como já disse, minha única razão para esticar até os EUA foi o show do Eddie Vedder - e meu espírito desbravador já estava bastante satisfeito e queria mais era relaxar um pouco.

Cheguei em MIA às 22h, fiz imigração com um funcionário muito simpático e desci para encontrar minha van, que havia reservado previamente no site da Super Shuttle, pago com o cartão pré-pago Visa. O trajeto aeroporto MIA em Miami até Fort Lauderdale ficou em $38 (trinta e oito dólares), sem a gorjeta. De novo, apliquei a regra dos 10% e dei $5 (cinco dólares) de gorjeta, o que foi bem apreciado pelos dois motoristas que me dirigiram, na ida e na volta.

Passei 3 dias inteiros em Fort Lauderdale. Fiquei hospedada no Bridge at Cordova, que fica na Cordova Road. Pra quem chega no aeroporto de Fort Lauderdale, eles buscam de graça, basta combinar com o proprietário, Jorge, que é bastante simpático. Reservei o quarto feminino com 4 camas e tive a grata surpresa desse quarto ser como um flat: uma sala com cozinha americana, dois quartos e um banheiro entre os dois, com duas portas de acesso dando para cada quarto. Minha colega de quarto não passou nenhuma noite no hostel, o que significou que fiquei com o quarto só pra mim todos os dias. Todos que conheci nesse hostel são pessoas buscando emprego em barcos particulares, que tem aos montes em Fort Lauderdale. Não conheci nenhum outro turista no hostel, e todos me perguntavam se eu também estava tentando um emprego nos barcos. Então, nesses dias por lá, resolvi ver como vivem a vida os imigrantes que buscam os barcos ("Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco". Pois é...). Conheci uma espanhola, uma mexicana, dois brasileiros, um sul-africano e outros que não sei.

No primeiro dia, fui até um complexo de lojinhas onde o supermercado Publix é a mais importante. De lá fui a outros centros de lojas, onde encontrei Starbucks, Ross, Dollar Tree, e outras desconhecidas. Tinha muitos restaurantes também. Choveu forte, fortíssimo.

No segundo dia, um sábado, fui à praia com o brasileiro Alex, que conheci no hostel. Fez um sol bem forte, a praia é bonita, me lembrou Ipanema. Pra ir e voltar, pegamos o onibuzinho Sun Trolley, $0.50 (cinquenta centavos de dólar cada bilhete), que parece um bondinho, bem turístico. A orla é bem animada, com restaurantes, bares, um shoppingzinho com muitos bares, restaurantes e lojas. Enfim, tudo estava bem cheio e animado.



De volta ao hostel, deu vontade de tomar um café. A indicação para um verdadeiro café "em xícaras de louça, não copos de papel" foi o Gilbert's 17th Grill, um achado! O local é comandado pela Mrs. Gilbert e família, e ela mesma faz alguns dos pratos, como o cheese cake a e calda de blueberry que tive o prazer de experimentar. Com o café de verdade, claro. O guardanapo imita folha de jornal. Infelizmente, o local fecha aos domingo, entã não tive chance de provar dos belos sanduíches que vi passando pra lá e pra cá enquanto saboreávamos nosso cheese cake.


A primeira fatia do cheese cake recém saído do forno...
A noite era do Eddie Vedder. Mas, parafraseando o História sem Fim, essa é uma outra história e merece ser contada em outra ocasião. :-)

O terceiro dia em Fort Lauderdale foi de acordar tarde, muita comida no almoço no Quarterdeck's (burrito de camarão com barata-doce assada e melaço, fritas de batata-doce e tacos). Horas em lojas para comprar encomendas e presentinhos, e restaurante japonês a noite. Conversar até não aguentar mais de sono e dormir, pois a van foi reservada para o dia seguinte cedinho.

***

No dia seguinte, a van chegou 20 minutos mais cedo que o combinado. Saí sem tomar café, despedi das meninas e tomei rumo de MIA e de lá segui via Copa para a Cidade do Panamá e para Belo Horizonte.
único defeito: me colocaram numa poltrona de corredor no trecho Panamá-BH........ Para uma fanática com janela como eu, é uma dura constatação.

Mas, concluindo, essas férias foram surpreendentes. Pedaços de perfeição (Galápagos todo, o show), pessoas incríveis (a Alícia, do Quito Cultural, a tripulação do Guantanamera, o pessoal do Cordova, a Vera austríaca). Sensação de liberdade que o Eddie canta melhor que ninguém

       "wind in my hair/ I feel part of everywhere/ underneath my being is a road that disappear"...  
(vento nos meus cabelos/ Me sinto parte de todo lugar/ Sob meu ser há uma estrada que desaparece...)


por C. Maria


Veja mais:




QUITO - La Mariscal/ Gringolandia

De volta a Quito, optei por ficar na parte moderna, La Mariscal, também conhecida como Gringolandia. Aqui Quito fica com cara de qualquer cidade: prédios comuns, bancos, restaurantes, bares, fast foods, essas coisas. Nada do charme do Centro Histórico, nada único. Mas, justamente por isso, é bem familiar, a gente se sente seguro ao ver um KFC ou um Pizza Hut...
Fiquei na Posada del Maple. Embora seja um hostel charmoso numa ruazinha adorável, com muitas árvores, o tratamento foi bem mais impessoal que o da simpática Alícia do Quito Cultural. Sinceramente, cheguei a me arrepender de ter trocado a região da cidade.
No dia seguinte, o primeiro destino foi o Mercado Artesanal La Mariscal. Chegando por volta das 10 da manhã, muitas barracas ainda estavam fechadas. Minha dica: é melhor chegar nesses mercados depois de umas 2h do horário de abertura, assim a probabilidade de encontrar todas as bancas abertas é maior. Estando parcialmente aberto, achei melhor pular para a segunda opção do dia: a Fundação Guayasamín.
Fui a pé mesmo, pela Avenida Seis de Diciembre, o que rendeu uma boa caminhada. Outra dica: vá de táxi. A subida até a Fundação é bem exigente. A Fundação estava em plena transferência do acervo; tudo foi passado para a Casa de Oswaldo Guayasamín, nas ruas Mariano Calvache y Lorenzo Chávez, mesmo endereço da Capilla del Hombre. A abertura em novo local foi em 30 de novembro. Minha visita foi dia 28 de novembro... :-(

O prédio da Capilla del Hombre

As obras de Guayasamín

Por dentro da Capilla
"Familia"
"Minha arte é uma forma de oração, ao mesmo tempo que de grito... e a maior consequência do amor e da solidão"

La Arbol de la Vida (Árvore da Vida), onde estão as cinzas do artista desde março de 1999
Saiba mais:


Depois de muito andar, voltei ao Mercado Artesanal La Mariscal. As barracas já estavam todas abertas, em pleno movimento. Tive dificuldade de achar lembrancinhas legais pros parentes e amigos. Fora que achei as coisas meio caras ($5 cada caminho de mesa, mais de $1 o imã de geladeira...) e a variedade não era tanta quanto no México, esse sim, o paraíso dos souvenires! Optei por não ir à Feira de Otavalo, uma vez que um dos colegas do barco havia dito que foi nas duas atrações, e que as mercadorias e os preços não variavam muito. O mais bacana que achei foi bijuterias de tagua, o marfim vegetal ($10 um colar). 
O resto do dia foi gasto andando por La Mariscal, especialmente a Avenida Rio Amazonas, com suas lojas e restaurantes, e as Calles Juan Leon Mera e Reina Victoria.
Um dos souvenires que comprei foi uma imagem da Nossa Senhora de Quito. Custa $6 no mercado de artesanato, mas acabei pagando mais caro por uma numa das lojas de artesanato bacana na Rio Amazonas. Conversando com a atendente da loja, ela falou sobre a imagem original e somente então percebi que não tinha visto a imagem. Tendo de ir embora no dia seguinte, separei a manhã para visitá-la. Foi outra longa caminhada ida/volta de La Mariscal até o Centro Histórico pela Avenida Seis de Deciembre, passando pelos parques El Arbolito e Alameda.

A imagem que comprei
Esculpida em madeira por Bernardo de Legarda em 1734, a imagem está no altar mor da Iglesia de San Francisco. Ela representa a Virgem do Apocalipse: sobre a lua, ela pisa uma serpente.
E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
Apocalipse 12:1

A Virgem de Legarda

O altar mor da Iglesia San Francisco, com a Virgem ao centro

A virgem no alto do Panecillo. Minha intenção era subir o morro a pé para vê-la mais de perto, mas uma moradora me desaconselhou, dizendo ser perigoso sobir o morro a pé, por causa dos ladrões. Pra subir, segundo ela, só de táxi.


As imagenzinhas vendidas nos mercados e lojas de artesanato

Veja o interessante artigo "A mulher com os pés sobre a lua".
Foram meus últimos momentos no Equador, inteiramente dedicados a Nossa Senhora. De volta ao hostel, peguei minhas coisas e fui para o aeroporto, de onde voaria para Fort Lauderdale, nos EUA.


Equador, belo e variado, está, definitivamente, na minha lista de lugares pra voltar em breve.


por C. Maria