sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Arrumando as malas para o inverno em Istanbul - o que levar?

Eu nunca viajei durante o inverno europeu - essa será a minha primeira vez, e será em grande estilo, no auge da estação (mês de janeiro - onde as temperaturas previstas estarão oscilando entre 10oC/ -20 ou até -30oC .... o que na verdade prejudicou os meus planos, pois acredito não estar preparada para frio tão intenso. Portanto, cancelei praticamente tudo que tinha em mente, e vou ficar somente em Istanbul - pela 5a vez! (secretamente) torcendo para que a neve cubra como um manto branco todos aqueles monumentos a mim tão queridos e familiares, que já vi das outras vezes sob o calor escaldante do verão de 40oC.

EXPECTATIVA

Pierre Lotti


Mesquita Azul
Ponte de Galata e Mesquita Nova ao fundo
Istiklal Caddesi 
Ortakoy

Passei boa parte do ano pesquisando, procurando, lendo, relendo e me informando junto a locais, blogs, pessoas que já passaram por essa experiência. Mas como todos nós sabemos, cada um reage de maneira diferente à mesma situação - ouvi/li relatos de gente fascinada com o inverno, enquanto que outras abominam. Depois de colocar tudo na balança, resolvi encarar essa primeira vez como um teste - caso seja bem sucedida, voltarei outras vezes já sabendo o que esperar. Caso não dê certo, então saberei que não é prá mim. Estou ansiosa para ver o que esses 20 dias gelados representarão para mim. 

Empacotando - 10 entre 10 especialistas em inverno propagam a máxima que o segredo é vestir-se em camadas (ou cebola). São 5 as referidas camadas:
1a camada - ou segunda pele (composta de material tipo poliéster que retém o calor do corpo, em camisetas e leggings super justos que ficarão por baixo de toda a roupa)
2a camada - algodão (para conservar o calor)
3a camada - fleece ou lã
4a camada - casacão ou sobretudo 
5a camada - casaco impermeável (para o caso de chuva, bem comum nessa época)

Acessórios indispensáveis: meias, luvas, echarpes, gorros & afins
Nos pés: botas de cano médio/alto e calçados impermeáveis. Existem meias e palmilhas térmicas, mas não comprei no Brasil - dizem que no destino são fáceis de encontrar, e bem mais baratas.

Dependendo da variação da temperatura (e sempre que se  entrar num ambiente com aquecedor), vai-se retirando as camadas para não morrer de superaquecimento. 
Aqui em Belo Horizonte é muito difícil e caro de comprar esses itens. Consegui blusas de fleece na Decathlon (ao lado do Minas Shopping), e as camisetas segunda pele no site www.ceroula.com.br , do Sul do país. Cheguei até esse site através de blogs diversos que visitei e recomendaram. Não tive qualquer problema com minha compra, que chegou rapidamente, e fui sendo informada de cada etapa do envio da mercadoria, desde o momento que meu pedido deu entrada no estoque. A bota eu encontrei na Constance, com preço mais em conta, mas passei meses praticamente stalking ( perseguindo obsessivamente) o modelo que eu queria, já que estava esgotada a minha numeração. Acredito ter sido através da minha fé, que alguma alma arrependida tenha devolvido o par que agora encontra-se em meu poder - e prestes a desbravar o Velho Continente gelado!

A preparação: Como de praxe, começo empilhando tudo que penso ser útil dentro de uma parte separada do guarda roupa. A medida que a viagem se aproxima, faço a triagem - que constitui em retirar pelo menos metade da pilha, porque ninguém merece viajar com a mala lotada e sem lugar para trazer souveniers. Depois da seleção, dou início ao processo de lavar, passar e dobrar cuidadosamente as peças eleitas.  Eu gosto de escolher uma "cor padrão" para cada viagem, mas como essa é inédita, não me esmerei muito nisso - apesar de ter tido uma leve tendência ao lilás. 

No começo, o caos ... alimentado pelos meus fiéis escudeiros, os gatos
Peças selecionadas a dedo
(Não resisti e incluí a sainha escocesa ... e a batinha rosa .... a pilha não é pregada a prego, ela é mutante!)
Já dobrei os looks separados como penso em usá-los, para facilitar
Segunda-pele: de acordo com os especialistas, é a alma do negócio
Me sentindo  a verdadeira Gata de Botas (um dos dias mais felizes da minha vida, por ter conseguido as botas que queria, que já estavam esgotadas)
Teste-drive conduzido pela Papita, para seleção de gorros (obrigada mamis, pelos trabalhos de tricô!)
Por cima um casaco mais grosso, impermeável e quebra-vento (não sei se serão eficazes; não estou botando fé). Um dos mais indicados é o modelo ultra-light da Uniqlo, inexistente no Brasil. 
 
Dizem que essa época de inverno é triste, e as pessoas se vestem de maneira mais sóbria, usando cores como o preto e o cinza - então preferi inovar, e levar peças mais coloridas, para fazer contraste. Ao separar as roupas, já dobrei com os looks que vou usar com cada peça: dessa forma, já coloquei a blusa tal dentro da calça ou saia com que será usada; o legging juntamente com o sweater e o cachecol combinando, e assim por diante. Contabilizei um total de 8 looks diferentes para os 20 dias que vou passar fora :( Dizem que é assim mesmo; no 3o dia a gente enjoa das roupas, que são sempre as mesmas - afinal o que manda é o casaco que vai por cima, cobrindo tudo. Não consigo imaginar como vou conseguir me mover vestindo tanto agasalho - e que desconforto, ao entrar num ambiente aquecido, ter que ir tirando peça por peça. Ossos do ofício .... somente quando retornar, para comprovar se essas teorias terão sido ou não aprovadas. 

Escolhendo jaquetas num dia de calor insuportável na Decathlon. Obrigada  Paulo, pela paciência; o que não se faz por uma amizade (e a possibilidade de uma caneca, rsrsrs)  :)