terça-feira, 22 de janeiro de 2013

ILHAS GALÁPAGOS - FINAL

OS BICHOS

"É impossível que não exista uma ilha desconhecida"
José Saramago


Muita gente disse, ao ver algumas das fotos que mostrei, “que paraíso!”, “ilhas paradisíacas”, coisas assim. Mas Galápagos, exceto em algumas prainhas realmente paradisíacas, não seria por mim colocada na prateleira das ilhas paradisíacas. Acho que essa definição combina mais com ilhas de praias imensas e branquinhas, mar verdinho, tudo só pra você. E eu coloco Galápagos em uma outra prateleira, para a qual ainda não dei um nome.  Eu coloco Galápagos na mesma prateleira da Patagônia: aqueles lugares que te tiram da sua pele e te jogam em uma outra dimensão, no melhor estilo A História sem Fim.

E tem os bichos. Os bichos são tudo, a alma das ilhas e razão de tudo ali. Isso dá pra sentir, independente de muita pesquisa prévia ou qualquer preparação mais detalhada para o destino. É como entrar em um documentário. É como entrar magicamente na enciclopédia Os Bichos do meu pai. A sensação é de estranhamento com todos aqueles animais tão próximos, e tantos. É inevitável o choque de estar ali e lembrar de nossas cidades cheias de prédios e carros. E, com o tempo, a gente começa a achar que aquilo ali até que pode ser mesmo uma coisa... normal. E olha que nem participei da vida submarina, que meus colegas sempre descreviam com muito entusiasmo, apesar da falta dos tubarões...

Na última reunião, o guia faz uma lista dos animais que vimos ao longo da viagem. Alguns foram vistos durante o snorkeling, e de outros eu não tirei fotos... Vamos ao que temos!


As espécies de animais que vimos durante os 8 dias.

Marreca-toicinho (Anas Bahamensis), Bahamas Pintail Duck. Ilha Santa Cruz.

Pelicano-pardo (Pelecanus occidentalis), Brown Pelican. Ilha Santa Cruz.

Aratu-vermelho (Grapsus grapsus), Sally Lighfoot Crab. Ilha Santiago.

Tentilhão de Darwin, Darwin's Finch. Ilha Genovesa.

Flamingo (Phoenicopterus roseus), Greater Flamingo. Ilha Isabela.


Cormorão-das-galápagos (Phalacrocorax harrisi), Flightless Comorant ou Galapagos Cormorant. É o único cormorão que perdeu a capacidade de voar, devido à falta de predadores. Espécie endêmica - só tem aqui! Ilha Fernandina.

Falcão-das-galápagos (Buteo galapagoensis), Galapagos Hawk. Endêmico, tem que vir aqui pra ver! Ilha Santiago.

Gafanhoto (Schistocerca melanocera), Galapagos Painted Locust. Endêmico, só vindo aqui pra ver focado!! Ilha Santiago.

Iguana-terrestre-das-galápagos (Conolophus subcristatus), Land Iguana. Endêmica, então, já sabe... Ilha Isabela.

Tartaruga-gigante-das-galápagos (Chelonoidis nigra), Land Tortoise. Endêmica....... Escolhi essa foto porque, apesar de não ser ainda gigante, essa tartaruga estava na soltinha, na beira do caminho - e é bastante tímida. Ilha Isabela.

Atobá-de-nazca (Sula granti), Nazca Booby. Ilha Genovesa.


Uma plantinha endêmica, pra variar: Cactus-de-lava (Brachycereus nesioticus), Lava Cactus. Ilha Bartolomé.

Arraias, Rays. Ilha Fernandina.

Atobá-de-pé-vermelho (Sula sula), Red Foted Booby. Ilha Genovesa.

Leão-marinho (Zalophus wollebaeki), Sea Lion. Praia Mosquera.

Tartaruga marinha, Sea Turtle. Ilha Isabela.


Coruja-dos-banhados (Asio flammeus galapagoensis), Short-eared Owl. Ilha Genovesa.

Gaivota-de-cauda-bifurcada (Creagrus furcatus), Swallow Tailed Gull. Ilha Genovesa.

Papa-moscas vermelho (Pyrocephalus rubinus), Vermilion Flycatcher. Ilha Isabela.

Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), Bottlenose Dolphin. Ilha Isabela.


Atobá-de-pé-azul (Sula nebouxii), Blue Footed Booby. Baía Elizabeth.

Iguana-marinha (Amblyrhynchus cristatus), Marine Iguana. É o único lagarto no mundo adaptado ao mar. Endêmico, vale a pena vir aqui só pra ver milhares delas!! Ilha Fernandina.

Cactus Opuntia. Ilha Rábida.

Savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea), Yellow Crowned Night Heron. Ilha Genovesa.

Pinguim-das-galápagos (Spheniscus mendiculus), Galapagos Penguin. Endêmico, só tem aqui. Única espécie de pinguim que vive naturalmente junto da linha do equador. Ilha Isabela.

Lagartixa-de-lava, Lava lizard. Endêmico. Ilha Rábida.

Ostraceiro pirupiru (Haematopus palliatus), American Oystercatcher. Ilha Santiago.

Tesourão, Frigatebird. Ilha Santa Cruz.


DIRETO AO PONTO


 
- As companhias aéreas que levam a Galápagos são AeroGal, Lan e Tame. Os voos saem de Quito (via Guayaquil) ou Guayaquil direto. Eu comprei meu bilhete pela Decolar.com. Os bilhetes custam em torno de $400 a $500 dólares. Dessa forma, ir a Galápagos pode ser considerado férias dentro das férias...                  

- Dizem que não existe época certa para visitar Galápagos. Mas, estando lá, ouvimos que não é bem assim. Os melhores meses são maio, junho e julho, pela fauna mais exuberante, devido ao período de acasalamento de várias espécies. Fevereiro e março são considerados quase insuportavelmente quentes. Dezembro/ janeiro é uma época de menor exuberância.
Eu fui em novembro, o tempo esteve em muitos dias nublado, mas somente uma manhã de chuva. Vimos muito animais, mas poucas tartarugas-gigantes soltas, somente uma iguana-terrestre, nenhum tubarão-martelo ou baleias. Também não vimos a dança de acasalamento do atobá-de-pé-azul, os tesourões (fragatas) estavam com os papos desinflados (inflam durante o acasalamento) e as iguanas-marinhas não estavam coloridas. Ainda assim, foi impressionante. Mas, não dá para negar que quando o sol brilhava o mar se acendia, as cores vivas. E fizemos uma caminhada sob sol a pino, que foi bem penosa, então imagino o que seja caminhar na estação quente... Entretanto, a imensa maioria dos turistas é europeia e americana, e a época de alta temporada nas ilhas coincide com seu período de férias, não exatamente com o calendário da natureza.

- Existem duas taxas a serem pagas para admissão no arquipélago: o Cartão de Controle de Trânsito-Turista (INGALA), de $10 (dez dólares) e o Cartão de Controle de Visitantes do Parque Nacional de Galápagos, de $50 (cinquenta dólares) para turistas do Mercosul e Comunidade Andina. Veja informações em português aqui.   

- Há wi-fi liberado no aeroporto de Baltra, mas não consegui fazê-lo funcionar - talvez por excesso de acessos?

- Remédio contra enjoo são absolutamente necessários. Felizmente, eu não senti nadica de nada, mas a maioria dos colegas se virou do avesso. Foi o item mais comprado em nossa parada em Puerto Villamil, seguido pelas bebidas.

- Levar algo pra se distrair durante as muitas horas que passamos navegando, ou as longas noites. Muitos levaram livros, tablets, iPods. Outros jogavam baralho. Alguns passavam algumas horas no deck, observando as estrelas até serem enxotados para as cabines pelo vento frio. Aqueles que passaram mal, ou passavam o tempo passando mal ou se entupiam de remédio pra enjoo, que dão sonolência, e capotavam. Outros simplesmente se recolhiam nas cabines. Outros batiam papo.

- É bom trazer pro barco algum lanchinho, como biscoitos ou chocolates. Os lanches oferecidos entre as refeições são bem leves, uma jarra de suco e alguns biscoitos ou salgadinhos. Mas como é muita gente, dá somente pra disfarçar a fome.

- Em nosso penúltimo dia, chegamos do passeio e encontramos dois envelopes sobre nossas camas, para as gorjetas: um para a tripulação e outro para o guia. Gorjetas são importantíssimas aqui. Há nas cabines um quadro de sugestão de gorjetas, 10% sobre o valor pago pelo passeio, por pessoa. Mas em nosso grupo havia uma família de 4 pessoas, e ouvi dizer que o pai já havia falado que não rolaria uma gorjeta desse tamanho, que significaria um valor bem alto. Outros colegas também ficaram em menos que 10%. Então, cabe o bom senso, levando-se essa sugestão em conta. Minha contribuição ficou inferior a 10%. O envelope da tripulação é depositado em uma caixa que fica no refeitório; o envelope do guia é entregue em mãos. Uma colega reparou que os envelopes da tripulação vieram discretamente marcados, e ela concluiu que eles fazem isso pra saberem quem deu o que. Não houve despedida oficial da tripulação então, qualquer agradecimento pode ser feito por escrito e entregue no mesmo envelope, bem como sugestões. Isso não é sugerido, mas alguns colegas fizeram assim. Já do guia a gente se despede e pode agradecer cara a cara.

ROUPAS - O QUE LEVAR

Eu me perguntei várias vezes o que levar, então segue uma listinha de coisas que achei imprescindíveis:

- Uns 2 shorts de material de fácil secagem, nada de brim ou tecidos grossos – a menos que a pessoa não se importe de vestir roupas úmidas - como eu tive de vestir...

- Uma calça de material de secagem rápida, pois às vezes o vento é frio e não rola usar shorts;

- Umas 2 camisetas de manga comprida, exatamente pra proteger do vento frio – levei apenas uma e me fez falta uma segunda;

- Levar uma blusa de frio mais encorpada, porque à noite o vento é forte e, pra aguentar ficar nas espreguiçadeiras admirando o céu, tem que estar agasalhado;

- Dentro do barco não é permitido andar de tênis ou sapato, somente chinelo (por causa da areia), portanto, um chinelo é fundamental;

- Acredito que uma papete seja o melhor para todos os terrenos, pois fica firme no pé e pode molhar e secar rápido. Eu levei chinelo (que pode sumir em algum desembarque molhado, por causa das ondas) e tênis. Então, molhei os pés no tal desembarque molhado e tive imediatamente que calçar meias e o tênis para a caminhada nos campos de lava.... terrível experiência, calçar meias em pés molhados e sujos de areia...

- Caso a pessoa faça snorkeling, seria bacana levar o próprio equipamento, assim a pessoa põe na boca um equipamento cuja procedência ela conhece (não que isso impeça alguém de usar o equipamento oferecido no barco. Essas coisas de fungos, frieira, e outras ensinadas por nossas mães, viram tudo lenda a bordo) e ainda economiza um dinheiro. Alguns passageiros levam o seu.
O aluguel do equipamento a bordo fica em $30 (trinta dólares) e o aluguel da roupa (wetsuit) custa outros $30 (trinta dólares), oferecidos e acertados praticamente na hora que somos admitidos no barco.

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Veja um texto super divertido do casseta Hélio de la Peña sobre Galápagos, Iguana que eu gosto, na Revista Viagem e Turismo – qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência!


por C. Oliveira

 
Veja mais:


QUITO – Centro Histórico

VULCÃO COTOPAXI - Pescoço da Lua

ILHAS GALÁPAGOS

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE II

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE III 

ILHAS GALÁPAGOS - PARTE IV

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